segunda-feira, 25 de julho de 2011
o terrorista louro
Desvalorizar as motivações xenófobas e racistas do autor confesso dos atentados terroristas na Noruega é tão mais grave quanto se assistiu a um rápido atirar de culpas para um grupo étnico e religioso muito concreto. Quis-se que o atentado fosse obra de fundamentalistas islâmicos, como no 11 de Março em Madrid se quis que atentados perpetrados por fundamentalistas islâmicos tivessem sido responsabilidade da ETA. Num primeiro momento, quase no imediato, a tese segundo a qual se tratava de um ataque da Al-Qaeda ou de uma rede de terrorismo islâmico por ela inspirada baseou-se em informações extremamente frágeis. O New York Times fez disso título. Depois de lida a notícia, a fonte, verificava-se, era um académico especialista em terrorismo. Naquelas horas, uma opinião tinha quase a força de um facto. Quase. Agora, que há factos disponíveis, nomeadamente a confissão do homem e das suas motivações, há um escamotear da xenofobia e do racismo que ele diz que o moveram. Diz-se que era louco e que a loucura não tem ideologia. Ora, o que a História tem ensinado é precisamente que atos classificados de loucura tiveram motivações ideológicas. É só querer aprender.
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