O rapaz e a rapariga estão como Cristos na cruz. Aquela versão contemporânea de “Romeu e Julieta” que abriu o Festival de Sintra começa pelo fim, a morte. É no final, mas é o princípio de tudo.
Não foi uma epifania porque já sabia, mas é fatal o poder de revelação de uma coisa que andava, subterrânea, a chatear o juízo. Foi assim, a assistir ao ballet, que soube e comecei a querer assumir que sabia. Que o amor deve ser aquele momento em que nos encontramos a metade do caminho. O amor deve ser aquele instante em que somos iguais. Não é o tempo em que cedemos ou relevamos, isso é sobrevivência. Naquele momento acho que compreendi. O amor deve ser aquele trajeto, que pode ser minúsculo, que percorremos lado a lado. Sim, nas relações amorosas há assimetria e défice democrático na maior parte do tempo. Mas o amor não é isso.
(fico-me mudo, a beber as palavras - belíssimas... "Querem-no longínquo, se não forem loucos, mas querem-no um dia. Para serem, uma última vez, não um, mas iguais.")
ResponderEliminarAcho que corei com o elogio. Obrigada. Tudo de bom, para ti e para as meninas. :)
ResponderEliminarSou tão orgulhosa de te ter por perto,sempre com palavras que conseguem traduzir com execelência o que sentimos e não sabemos dizer.E aí vem você e escreve e faz como esses bailarinos fizeram com a dança,faz parecer que é fácil! Parabéns! :)
ResponderEliminarSerem iguais e não um só não deve ser mais fácil, mas pelo menos mais cabível, pois é um esforço mais possível de ser realizado. Acho eu, mas não entendo nada disso.
ResponderEliminarNesta matéria, nunca se entende muito, querida Marina... Mas a igualdade parece-me preferível à unidade, sim. Mas isso sou eu, que acredito na preservação da individualidade, como um bom princípio para muita coisa.:)
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