segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A narrativa da violência #2

E se fossem para a puta que os pariu mais o amor?

Depois de ter pedido que não que me desse mais histórias de "amor", constatei, que já antes, o mesmo Paulo Moura tinha-se servido das mesmas fórmulas narrativas para contar a história de uma "menina que amou de mais". Fê-lo no dia da violência contra as mulheres. É mais ou menos o equivalente a assinalar o dia da árvore com uma festim de imagens de incêndios, para a delícia dos pirómanos.

3 comentários:

  1. Causa-me estranheza ver um "jornalista" de um jornal de grande circulação em Portugal, tratar um assunto tão grave como a violência contra as mulheres,com esse ar de romantismo usando frases como "menina que amou demais" e outros adjetivos, como se tratasse de uma história de ficção. O jornalista sério e ético tem o dever de relatar fatos, dar a notícia sem expressar a sua opinião pessoal, que nos faz ver que a do Sr jornalista Paulo Moura, é que a violência contra a mulher não passa de um assunto secundário e corriqueiro.Talvez ele ou não saiba o efeito devastador desses atos dentro de uma familia, ou simplesmente não se importe, para sublimar atos tão repugnantes como este. Na minha humilde opinião de cidadã, acredito que caberia no mínimo uma suspensão da coluna do "jornalista" fazendo-o refletir e pesquisar seriamente os danos causados por tais violências, ao invés de estar a frente de seu computador, escrevendo sobre tais atos, como quem escreve uma crônica de futebol. Cabe a sociedade portuguesa se levantar e exigir das autoridades, uma lei severa para punir a violência contra a mulher, só assim "jornalistas" do calibre do sr Paulo Moura, terão mais cuidado e respeito por um assunto tão sério quanto este.

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  2. Creio que o jornalista não agiu de má fé. Aliás, é por isso que dei os seus textos como exemplo. Um dos quais saiu no dia internacional da violência contra as mulheres. Acredito que ele estivesse, com toda a sinceridade, a pensar que, com aquele relato, estivesse a contribuir para sinalizar o problema. Contudo, parece-me muito preversa a forma que encontrou de o fazer. É uma questão complexa, que merece reflexão.

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