Percorria as revistas dos jornais
de domingo à procura de imagens belas com as quais forrar os meus cadernos no
início do ano letivo. Cadernos A3 negros, que depois plastificava, eram os que
enquadravam melhor esses instantâneos de qualquer coisa acumulados em caixas,
na gaveta da mesa-de-cabeceira, em sítios para o efeito onde fui dar também com
coisas que simulam o absurdo, como o Público com a primeira página da morte de
John-John Kennedy. O que teriam feito as imagens da internet aos meus cadernos?
Provavelmente, nada. Tirando as fotografias publicitárias a perfumes – essa obsessão
– , continuo a percorrer os mesmos caminhos que vão dar ao preto e branco do
maio de 68, agora bem menos Paris, muito mais Londres, e aos filmes que cravam
as garras. E quanto ao demais que colecionava, é googlar John John Kennedy e
Carolyne Bessette e perceber. Expurgue-se a heteronormatividade. Contemple-se.
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