segunda-feira, 6 de julho de 2015


Kirk Douglas, fotografia de Vivian Maier


Há mistério no processo de sobrevivência de um objeto artístico. Entre a fama em vida e o esquecimento posterior e a miséria em vida e o Olimpo reparador há gradações. E mistério. “Finding Vivian Maier” faz também essa reflexão, a partir da questão ética de estar a dar a conhecer o trabalho de alguém que podia não o querer. O dilema resolve-se da forma mais simples para o documentarista, Vivian Maier quis dar a conhecer o seu trabalho, que ele próprio resgatou de um leilão esconso. Ele é um pirata mais ou menos bondoso que, não sabendo o que tinha em mãos, queria ter um tesouro em mãos. Isso fará toda a diferença. Talvez a reflexão fosse mais interessante se o documentarista aventureiro não descobrisse a mínima pista sobre as intenções da fotógrafa e, perante a desmultiplicação da sua personalidade materializada nas opiniões dos outros, ficaríamos ainda mais perdidos. Como Vivian, com uma câmara na mão deambulando pelas ruas

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