quarta-feira, 11 de junho de 2014

estou triste e zangada (o twitter não tem culpa)

O facebook é onde se veem as fotografias dos filhos dos outros. As ‘selfies’ pós-coitais que juram que andam por aí mas ainda não foram avistadas. Há os gatinhos e as frases de auto-ajuda, motivacionais ou lá o que é aquilo. As citações mal atribuídas, sobretudo à Clarice Lispector. O twitter é a velocidade da discussão, a inflamação. São tantas as polémicas apaixonadas, não é? Passei por lá hoje e, pela quantidade de jornalistas que por lá têm morada, achei que ia encontrar uma grande mobilização contra os despedimentos na Controlinveste, debate de ideias, os jornalistas finalmente a pensar sobre si mesmos, depois de mais um brutal despedimento coletivo. As redações estão a ser varridas de bons profissionais, de memória e de crítica. É um ‘matadouro’, como lhe chamou Pedro Santos Guerreiro num notável artigo no Expresso Diário (não concordo com o poder regenerador que aquilo que nos aconteceu a todos, ao país, em 2011, pudesse ter tido, mas é o que ele pensa e respeito-o por isso). Estava a espera de encontrar muita coisa no twitter sobre o que se passou hoje nas redações do grupo Controlinveste. Corri tudo e fiz buscas. Encontrei alguma coisa, mas não o que estava à espera. Amanhã está marcada uma concentração em frente ao edifício do Diário de Notícias, às 13:00, espero que o trabalho que felizmente tenho me permita ir. Pessoas concentradas em solidariedade com outras, que refletem e pensam sobre o jornalismo e o país. É o que espero encontrar, da histeria do twitter tão costumeira, vi nada. 160 pessoas não terão trabalho. Também me lembrei de um poema de Brecht. 

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