O facebook é onde se veem as
fotografias dos filhos dos outros. As ‘selfies’ pós-coitais que juram que andam
por aí mas ainda não foram avistadas. Há os gatinhos e as frases de auto-ajuda,
motivacionais ou lá o que é aquilo. As citações mal atribuídas, sobretudo à
Clarice Lispector. O twitter é a velocidade da discussão, a inflamação. São tantas
as polémicas apaixonadas, não é? Passei por lá hoje e, pela quantidade de
jornalistas que por lá têm morada, achei que ia encontrar uma grande mobilização
contra os despedimentos na Controlinveste, debate de ideias, os jornalistas
finalmente a pensar sobre si mesmos, depois de mais um brutal despedimento
coletivo. As redações estão a ser varridas de bons profissionais, de memória e
de crítica. É um ‘matadouro’, como lhe chamou Pedro Santos Guerreiro num notável artigo no Expresso Diário (não concordo com o poder regenerador que
aquilo que nos aconteceu a todos, ao país, em 2011, pudesse ter tido, mas é o
que ele pensa e respeito-o por isso). Estava a espera de encontrar muita coisa
no twitter sobre o que se passou hoje nas redações do grupo Controlinveste. Corri
tudo e fiz buscas. Encontrei alguma coisa, mas não o que estava à espera. Amanhã
está marcada uma concentração em frente ao edifício do Diário de Notícias, às
13:00, espero que o trabalho que felizmente tenho me permita ir. Pessoas
concentradas em solidariedade com outras, que refletem e pensam sobre o
jornalismo e o país. É o que espero encontrar, da histeria do twitter tão
costumeira, vi nada. 160 pessoas não terão trabalho. Também me lembrei de um poema de Brecht.
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