A rapariga tinha aulas às 08:20
da manhã, esse cedo adolescente irrepetível, e levantava-se ainda mais cedo, a
tempo de ver o rapaz, que ia para outra escola ou para a fábrica. A memória
perde-se, não sabe se na altura o rapaz já trabalhava, aquela violência. Não sabe
como combinavam aqueles encontros matinais, não havia telemóveis. Se foram
muitas as vezes que o fez também já não é possível determinar. Foram as
suficientes para se recordar das manhãs escuras, os autocarros que chegavam e saiam
a chiar da central rodoviária junto à casa do rapaz. Autocarros cheios de pessoas
que se levantavam cedíssimo.
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