2013 foi um bom ano para
conversar com estranhos. Na sua bondade, estão lá para isso. E para quem gosta
de sentir o pulso às opiniões e quer escapar do fel dos fóruns e dos taxistas,
é o melhor. Ao contrário dos senhores que conduzem carros de praça e a quem
devemos dar um enormíssimo desconto porque têm uma profissão muito difícil, há
outros estranhos com quem conversar. Não estão tão predispostos, julgam que
isso não é esperado deles, mas estão cheios de vontade, é ver como agarram os
pretextos. Assim, 2013 está a terminar numa exaustão, que é muito de felicidade,
de coisas boas, de coisas novas, de medos anulados, de gargalhadas profundas, e
de conversas com estranhos. E neste fim estranho, como todos os fins, é bom ser
surpreendida não só pelas pessoas que nos querem bem porque estão na nossa
vida, mas por seguranças em centros de saúde que oferecem cafés, por manicures
depressivas cheias de sapiência, e por toda a bondade contida nos funcionários
do ISCTE, para onde os seus congéneres da FCSH deviam ser enviados, como para
um campo de trabalhos forçados ao contrário, estágio de sorrisos prestáveis e coisas
quentes. Exatamente, 2013 está a terminar com muitas palavras que querem
evitar o tom confessional e assim vão dizendo tudo e nada. Como nas conversas
com estranhos.
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