sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

estranheza


 
2013 foi um bom ano para conversar com estranhos. Na sua bondade, estão lá para isso. E para quem gosta de sentir o pulso às opiniões e quer escapar do fel dos fóruns e dos taxistas, é o melhor. Ao contrário dos senhores que conduzem carros de praça e a quem devemos dar um enormíssimo desconto porque têm uma profissão muito difícil, há outros estranhos com quem conversar. Não estão tão predispostos, julgam que isso não é esperado deles, mas estão cheios de vontade, é ver como agarram os pretextos. Assim, 2013 está a terminar numa exaustão, que é muito de felicidade, de coisas boas, de coisas novas, de medos anulados, de gargalhadas profundas, e de conversas com estranhos. E neste fim estranho, como todos os fins, é bom ser surpreendida não só pelas pessoas que nos querem bem porque estão na nossa vida, mas por seguranças em centros de saúde que oferecem cafés, por manicures depressivas cheias de sapiência, e por toda a bondade contida nos funcionários do ISCTE, para onde os seus congéneres da FCSH deviam ser enviados, como para um campo de trabalhos forçados ao contrário, estágio de sorrisos prestáveis e coisas quentes. Exatamente, 2013 está a terminar com muitas palavras que querem evitar o tom confessional e assim vão dizendo tudo e nada. Como nas conversas com estranhos.

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