segunda-feira, 29 de agosto de 2011

vende-se

Faço a esquina do corredor do shopping em fuga, por entre a coluna e o balcão da florista, para não me cruzar com eles. Vendem crédito em cartões que não quero. Mas são, sobretudo, homens a trabalhar. E aquilo tem qualquer coisa de trágico e digno. Fujo para não ter que lhes repetir que não. Sim, eu tenho tempo. Não, não quero nenhum cartão.

Lembro-me deles por causa das campanhas de vendas agressivas para nos convencer que temos que vender. Temos que nos vender permanentemente e adorar todos os fracassos. Querem que tenhamos a estatura intelectual de um vendedor de carros usados. Não deverei acumular riqueza com esta atitude, eu sei. Mas eu não quero vender nada. Quero trabalhar e, felizmente, trabalho. Quero continuar a trabalhar, quero trabalhar mais, quero trabalhar melhor. Peço desculpa se ofendo. Mas eu não quero vender nada.

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