Não é de desconfiar que a forma mais visível de democracia directa, o referendo, seja sempre um recurso daqueles que querem evitar alguma coisa? Num país com um percurso incipiente de orçamentos participativos e referendos locais, não houve nenhum referendo nacional que tivesse sido pedido por um movimento fundado na dita sociedade civil. O país não se sobressaltou pela regionalização nem pela interrupção voluntária da gravidez. O país foi chamado a votar decisões que os partidos do arco do poder quiseram, em tempos, contornar. Como ninguém pediu os referendos, poucos foram votar, lembram-se? Tudo se adiou, é verdade, mas nada se adia para sempre. Agora, que um partido que venceu as eleições legislativas com um programa eleitoral em que o que se quer evitar consta com todas as letrinhas, há novamente quem peça o referendo. Porque quer efectivamente sufragar o direito dos homossexuais a casar? Não, porque quer impedir esse direito. Quem pede o referendo ignora que essa alteração legislativa foi sufragada nas eleições, não só através da vitória do PS, como da eleição dos deputados do BE e do PCP, que a apoiam e formam a maioria parlamentar que a irá aprovar. A democracia participativa nunca ganhará enquanto for a arma dos derrotados, pelo motivo singelo de que isso é pornograficamente anti-democrático.
Sobre isto, apenas uma referência: Nunca a leviandade, a indigência intelectual e a pura falta de educação foram tão óbvias. Por isso é que não vale a pena dizer mais nada, a não ser isto, que é muito importante. E esperar calmamente que o senhor receba o seu nobel.
Já isto, merece uma condenação mais séria. É uma pseudo-notícia/vómito ético em que a homossexualidade é comparada ao consumo de drogas.
José Antônio Saraiva ganhou o prêmio Luca de Tena... do ABC tinha que ser. Da onde saem seres como esse??? Ridículo!
ResponderEliminarNão faço ideia, mas um editorial daqueles envergonha o jornal que ele dirige aqui em Portugal, o "Sol".
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