
“Se eu fosse mais simples, aproveitaria tudo mais. O pior é esse hábito mental em que caí de querer transformar tudo em ouro”. Clarice Lispector escreve de Berna para a irmã Tânia em Julho de 1946. A ideia atravessa as cartas que escreveu às irmãs nos anos que viveu fora do Brasil, acompanhando o marido diplomata. Felizmente, as cartas foram reunidas em livro.
Para ser bem simples, ainda bem que há cartas. Ainda bem que há livros. Complicando, as cartas não chegam para afogar saudade alguma. Os livros vão-se transformando pelo caminho. Às vezes são pedras, outras tijolos, outras ainda são lenços em que nos assoamos. Ou seja, nada é simples. Tudo é simples.
Há aquele filme, “As pessoas normais não têm nada de especial”. Seria melhor, “As pessoas coerentes não têm nada de especial”.
Querermos a simplicidade e não abdicarmos da vertigem é mais ou menos ser gente. E, na verdade, parece-me que a coerência é outra coisa. É o que sobra dos distúrbios mais elementares. Quando se quer que sobre alguma coisa.
“Sei que as coisas são complicadas. Mas são ao mesmo tempo simples. Elas se complicam à medida que se tem medo da simplicidade (…). Encare um pouco a verdade, que é muito bonita, e sinta-se livre, querida” (Clarice Lispector, Berna, 13 de Agosto de 1947). O importante é a verdade.
Para ser bem simples, ainda bem que há cartas. Ainda bem que há livros. Complicando, as cartas não chegam para afogar saudade alguma. Os livros vão-se transformando pelo caminho. Às vezes são pedras, outras tijolos, outras ainda são lenços em que nos assoamos. Ou seja, nada é simples. Tudo é simples.
Há aquele filme, “As pessoas normais não têm nada de especial”. Seria melhor, “As pessoas coerentes não têm nada de especial”.
Querermos a simplicidade e não abdicarmos da vertigem é mais ou menos ser gente. E, na verdade, parece-me que a coerência é outra coisa. É o que sobra dos distúrbios mais elementares. Quando se quer que sobre alguma coisa.
“Sei que as coisas são complicadas. Mas são ao mesmo tempo simples. Elas se complicam à medida que se tem medo da simplicidade (…). Encare um pouco a verdade, que é muito bonita, e sinta-se livre, querida” (Clarice Lispector, Berna, 13 de Agosto de 1947). O importante é a verdade.