sábado, 12 de setembro de 2015

alvoradas

O quartel descaracterizado na paisagem continua a tocar a horas certas. Perco-me no que dizem as cornetas. Alvoradas. Não sei se não se dá por ele se sou eu que o vejo a ouvir. Quer dizer, há guaritas. Os muros terminam naquele arame farpado em forma de estendal. Não vejo militares. Acho que nunca vi. Os que vão ao supermercado são estrangeiros ou têm ar de viajantes. São os da NATO. Os do quartel pequenino, não sei. Um quartel pequenino. Mas é. E toca. Como uma caixa de música às horas lá deles. Alvoradas. Deviam ser todos assim. Infelizmente, não podem ser todos assim, fantasmas de paz no caminho entre o subúrbio e a beira-mar.

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