quinta-feira, 13 de novembro de 2014




Anne Hathaway, em "Interstellar", de Christopher Nolan


Major Tom olhava para o azul da Terra e achava que não havia nada que pudesse fazer. Viciado na solidão, conformado, triste. Só que não se vai ao espaço sem otimismo. É precisa muita energia, constante e prolongada, para montar um programa espacial, como para fazer parte dele. A escolha de partir é assim baseada na escolha de que vale a pena estar aqui. Por isso é que a ideia de um astronauta deprimido é quase absurda. Homenageando o cinema nos seus lugares mais essenciais, a duração do espaço e do tempo, “Interstellar” é uma espécie de “Space Oddity” ao contrário. Olhar o azul redondo lá de cima é acreditar muito nele e em cada um dos planetas pessoais que contém. Como se nos salvássemos a todos quando agarramos só um. Não queria escrever a primeira coisa que pensei quando o filme terminou, achei que devia tentar mesmo perceber alguns daqueles conceitos. Já passaram uns dias. Posso não entender tudo, mas sei que a chave é o amor e uma estante de livros. 

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