"Only lovers left alive", de Jim Jarmusch
Se tivesse 16 anos já tinha o ‘poster’
pendurado no meu quarto. Mas se tivesse 16 anos teria encontrado coisas
distintas, que depois se transformariam à medida das ‘reprises’ pessoais que
fizesse a cada ciclo inventado. Seria um ciclo - a terminar, começar, em criação
– porque o filme estaria lá, outra vez. Um bocadinho como “Tudo sobre a minha
mãe”, uma vez o filho, outra a Mãe, outra Agrado, uma vez Barcelona, outra
Madrid, e sempre em parte nenhuma, porque é universal. Há uma grande vantagem
em crescer com um cinema de província, ir a todos os filmes, como à missa, encontrar
todos os géneros semanalmente e saber que há coisas boas em tudo. Um filme de
vampiros, uma comédia romântica, uma trip futurística. O género não existe quando só
existe cinema. Da negação nasce o amor ao género.
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