sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

a certeza que eu tenho

Ava Gardner e Luis Miguel Dominguín, na praça de touros de Toledo.

As certezas são como as várias peles de uma cobra, tendem a voltar, mas ao contrário do tecido do bicho, vão perdendo força nos regressos.
Hoje ao almoço falou-se disso e reconheci como fui insuportável, porque cheia de certezas, e como isso foi mudando. Tendo sempre a atribuir isso à profissão, pela necessidade constante de ouvir os outros, a exposição à riqueza argumentativa mais diversa. Alguém acrescentou que as pessoas com quem nos cruzamos são determinantes nesse processo de crescimento. Verdade. Mas estivemos disponíveis. Esse crédito existe.
As pessoas cheias de certezas são aborrecidas. E não é só por isso que requerem uma distância de segurança, é porque estão a um passo do fanatismo, de serem perigosas a sério. E elas estão em todo o lado. Apesar de estarem sobretudo no twitter. Just kidding.

2 comentários:

  1. Gostava que tivéssemos sido insuportáveis juntas.
    Será que nos aturávamos, as duas assim com as certezas todas?
    Seja como for, tenho a certeza de que eras uma adorável insuportável.
    Beijo

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  2. Talvez tanta certeza junta explodisse numa bela amizade ;) Ou não, eu ia revirar os olhos e tu ias achar que eu era além tudo uma malcriadona. ;) O importante é que as reabilitadas ex-portadoras de certezas absolutas se encontraram: Beijo.

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