"O Comandante foi o primeiro a descer no buraco. Tirou o impermeável vermelho, deu duas ordens rápidas – a corda! o capacete com a lanterna! – e desceu atado pela cintura. A meio do caminho, no entanto, ao confirmar que os objetos na lama eram a bengala de um cego e um sapato de ténis de tamanho de criança, enfiou-os no macacão aberto no peito e enervou-se com a lentidão dos seus homens, que o desciam como carga frágil ao porão do navio – deem corda, deem-me corda, raios, preciso de corda! – e acabou por cair no entulho dourado da fossa, torcendo o pé.
Senhor Comandante, está bem? Afirmativo. Cuidado, chefe, que o terreno está mole, é só lama. Agora, deixem-me em paz, silêncio, silêncio!"
“Deixem-se passar o homem invisível”, Rui Cardoso Martins, Publicações Dom Quixote.
Tão bom, mas tão bom, este romance. Quero um 'spin off ' do Comandante dos Bombeiros. Talvez faça uma petição online.
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