domingo, 25 de setembro de 2011
amor à bola
Evito ver aqueles jogos que de tão bonitos deviam ser que têm esse nome de clássicos. Como os filmes. Evito ver e não vejo mesmo, portanto, não vi. Para não me enervar, mas não é para me poupar, é com medo de deixar vir ao de cima uma coisa má de mim, como aquilo que não gosto nos outros, esses espelhos. Então não vejo e depois bebo os resumos, com sentimento de culpa, porque sei que pode ser confundido com falta de amor quando é mesmo o seu contrário, um amor todo, delicado e de carinhos. Eu e o Benfica somos companheiros, não andamos na rua a fazer cenas de apaixonados que o mais certo é um dia acabarem a odiar-se. Nós somos outra coisa e sabemo-lo muito bem, eu e o Benfica. Se tantas vezes não vejo não quer dizer que não goste de ler sobre o assunto e lamento muito, lamento tanto, não encontrar uma alma – talvez ande desatenta e se for caso disso, peço ajuda e que me corrijam – que escreva bem sobre bola na imprensa portuguesa. Queria ler alguém que escrevesse sobre futebol e soubesse tecer as palavras para o contar sem salivar de ódio por nada nem ninguém. Não peço a prosa de Chico Buarque no Mundial de 98, não me apetece pedir o impossível, que não é coisa da minha geração. Queria apenas mais tentativas e havia de se chegar a alguma coisa bonita. Um texto que fosse só amor à bola, gostava tanto. Não é o que aquilo é? Afición, paixão, amor, entrega incondicional? Forço-me a concluir que reina uma desconsolada falta de inteligência emocional.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário