domingo, 3 de abril de 2011
e fumava-se em todo o lado
Tenho saudades de Espanha. Tenho sempre saudades de Espanha, sem novidade neste como noutros capítulos. (Ser uma pessoa sem novidades, uma ambição pessoal que se vem cumprindo). Costumam dizer dos países grandes que são vários. Bom, os pequenos também, é só lá ter estado para se saber disso. Ainda mais, Espanha é uma nação com vários países, não poderia ser de outra forma. E quando eu digo que tenho saudades de Espanha - ou que preciso de Espanha, quando são mais agudas - sei bem ao que me refiro e há algumas pessoas à minha volta que também têm uma ideia ainda que pequenina. Quando digo que tenho saudades de Espanha posso estar a sentir falta de coisas muito diferentes, claro. O caminho entre a minha "casa" e o mercadona é uma delas. Sair da sombra para entrar naquela massa de calor, atirada para o cansaço sem ter feito ainda nada, o cabelo seco em dois minutos. A Calle Alfonso cheia de turistas, as mulheres estranhas das quais já me sei desviar quando no Pilar me querem pôr raminhos de não sei o quê ao peito. A associação dos direitos das mulheres. O número de mulheres mortas naquele ano num pendão preso a uma varanda de um prédio de esquina. A frescura do supermercado, as coisas mais baratas, apetece comprar legumes e cremes hidratantes, os cubinhos de atum para as saladas. O caminho de regresso, com o peso do garrafão da água. Há três anos não havia 20 por cento de desemprego, mas o El Pais já tinha uma secção chamada “crise”, só que era a dos Estados Unidos. Não entendo nada de economia, infelizmente, e talvez seja por isso que não percebo porque os números do desemprego não baixam o rating a nada. Tenho saudades de Espanha.
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Passear contigo, amar e ser feliz... turururutu
ResponderEliminarNão pode ser sempre Espanha... Ou pode? :)
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