Pois é, não tenho escrito nada, nadinha. Não é que não tenha nada para dizer, infelizmente devia guardar mais silêncios. O silêncio é, de facto, uma manifestação de sabedoria. Embora seja sobretudo usado pelos sonsos, como uma tática. Serão estes falsos silêncios? Talvez. Também não é por falta de palavras. Aliás, os dias e as noites estão cheios de palavras novas. Em castelhano, algumas, mas sobretudo em português. Algumas são conhecidas, mas com outro sentido. São tantas e tão bonitas que não paro de as admirar. Isso ocupa-me e faz-me feliz. Parece-me que pelo menos a alegria – a felicidade já não arrisco – é diretamente proporcional ao número de palavras que entram na vida.
* Este título é mesmo piroso porque é assim uma espécie de homenagem aquela telenovela portuguesa. “Palavras cruzadas, destinos cruzados, lá lá lá”, lembram-se? Tenho saudades desse mundo simples, em que a Florbela Queiroz interpretava o estereótipo da amante loura e esganiçada e a Rosa Lobato Faria era a esposa enganada e inocente. Que bonito que era. Melhor só a “Passerelle”.
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