terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O perfume

Da primeira vez bateu-me aquele cheiro. Um odor a árvores mais verdes e mais húmidas. Senti-me muito previsível porque ia avisada e aquilo bateu-me mesmo assim. Não há notificações para o que tem de ser. Agora regresso com os cheiros do quotidiano. Tapioca ao vivo num balcão no centro da padaria. A terra molhada pelo duche no quintal. O monóxido de carbono concentrado no gigantesco estacionamento do shopping. O cabeleireiro empestado de queratina cítrica. A cerveja à sexta-feira na roda de samba do clube de engenheiros. O cheiro aguado daquela cerveja fraquinha. Um cheiro bom é uma coisa tão relativa.

Este ano não pedi nada. Só dei Graças.

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